Alice olhou ansiosa para o lado da cozinheira com mêdo de que cumprisse estranha ordem, mas vendo-a totalmente indiferente e absorvida em temperar outra panela, teve coragem de continuar:
— Vinte e quatro horas, disse eu. Ou doze só? Ando meio atrapalhada...
— Ora não me aborreça! interrompeu a Duquesa, pondo-se furiosamente a embalar a criança com uma canção muito sem jeito.
Ralhe co'a criança e bata-lhe quando espirra,
Porque a malvadinha isso faz de pura birra.
Enquanto a Duquesa cantava essa horrível canção, jogando a criança violentamente para o ar, o chôro foi tanto que Alice não pôde ouvir o resto da cantiga.
— Vamos! disse a Duquesa para Alice. Embale a criança, se quiser. Tenho de aprontar-me para jogar o croquet com a Rainha — e sem esperar a resposta, jogou-lhe a criança nos braços, como se fôsse um pacote de qualquer coisa; em seguida retirou-se da cozinha.
A cozinheira atirou-lhe com a frigideira à cara, sem conseguir acertar.
Alice pegou da criança com alguma dificuldade, porque era um ser de formato muito fora do comum. Parecia um peixe-estrêla, todo cheio de pernas e pontas. A criaturinha urrava como se fosse locomotiva e tanto se remexia que por um triz Alice não a deixou rolar por terra.
Logo, porém, descobriu meio de bem segurar a criança e levou-a correndo para fora da casa. “Se a não