— Foi condenada à morte!
— Por quê?
— Está com pena dela?
— Nenhuma. Estou apenas curiosa de saber a causa da sua condenação.
— Ela deu um sopapo na cara da Rainha... começou o Coelho a contar, mas teve de interromper a narrativa, tal o acesso de riso que atacou Alice. O Coelho ficou receoso de que a Rainha percebesse o assunto da conversa e afastou-se disfarçadamente.
Tinham chegado ao campo de croquet.
— Coloquem-se todos nos seus lugares! ordenou a Rainha com voz de trovão.
Os jogadores obedeceram. Correram em tôdas as direções, tropeçando uns sobre os outros e por fim colocaram-se cada qual no seu lugar. Ia começar a partida.
Alice jamais vira um campo de croquet como aquêle, cheio de altos e baixos. As bolas eram ouriços vivos e os arcos eram formados pelos soldados, dobrados pelo meio do corpo, com as mãos e os pés enterrados no solo.
Os jogadores jogavam todos ao mesmo tempo e não paravam de discutir um só instante. De minuto em minuto a Rainha irritava-se e, batendo o pé com fúria, ordenava: — Cortem-lhe a cabeça!