CAPÍTULO VII
O LEÃO E O UNICÓRNIO
ALICE VIU que soldados em quantidade vinham atravessando a floresta. No comêço aos dois, aos três; depois, aos dez e aos vinte e por fim em tamanho número que pareciam encher a floresta inteira. De mêdo de ser atropelada escondeu-se atrás duma árvore.
Pôs-se a observar. Notou logo que nunca em sua vida encontrara soldados cambaleantes como aquêles. Mal podiam ter-se em pé. Por qualquer coisinha caíam e quando um vinha ao chão, os de trás tropeçavam nêle e também caíam, formando-se assim pequenos montes de homens por tôda a floresta.
Depois surgiram cavalos. Como os cavalos têm quatro pés equilibravam-se melhor que os homens, que só têm dois. Mesmo assim tropicavam aqui e ali, e sempre que um cavalo tropicava o soldado que o montava vinha ao chão. A desordem crescia cada vez mais, de modo que Alice respirou quando se viu longe da floresta, num ponto onde se achava o Rei Branco, sentado na terra nua e muito preocupado com o que escrevia no seu livrinho de notas.
— Mandei o exército inteiro, disse êle alegremente logo que viu Alice. Não encontrou meus soldados pela floresta, minha cara menina?