— Ninguém está na estrada, respondeu Alice.
— Quem me dera ter seus olhos, menina! exclamou o Rei num suspiro. Ter olhos que enxergam Ninguém e desta distância!... Eu mal posso avistar gente real.
Alice não prestou atenção àquelas palavras porque estava ainda de olhos fixos ao longe vendo se vinha alguém. — Vejo-o agora! exclamou por fim. — Vem vindo um mensageiro muito vagarosamente. Que engraçado! Vem escorregando, qual uma cobra, agitando as mãos, como remos.
— Já sei, disse o Rei. É Ciro. Ele costuma caminhar assim quando está contente.
Alice lembrou-se dum versinho popular sôbre a letra C, que era a primeira do nome dêsse mensageiro.
Eu amo o meu amor com C porque é Completo. Eu o odeio com C porque é Cavorteiro. Eu o alimento com com... com Cocada e Capim. Seu nome é Ciro e êle mora na...
— Ele mora na Caverna, completou o Rei ajudando Alice a achar uma morada cujo nome também Começasse por C. O outro mensageiro se chama Cairo. Como você sabe, é preciso ter dois mensageiros, um para ir e outro para vir.
— Não entendo, murmurou Alice. Por que um para ir e outro para vir? Quem vem pode também ir.
— É como eu disse, respondeu o Rei com impaciência. Preciso ter dois, um para levar e outro para trazer.