Página:Amor de Perdição (1862).pdf/103

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cadeira, em que Thereza pozera os seus vestidos. Desceu da cama, ajoelhou ao pé da cadeira, e escreveu a Simão, relatando-lhe miudamente os successos d’aquelle dia. A carta rematava assim:

«Não receies nada por mim, Simão. Todos estes trabalhos me parecem leves, se os comparo ao que tens padecido por amor de mim. A desgraça não abala a minha firmeza, nem deve intimidar os teus projectos. São alguns dias de tempestade, e mais nada. Qualquer nova resolução que meu pae tome, dir-t’a-hei logo podendo, ou quando podér. A falta das minhas noticias deves attribuil-a sempre ao impossivel. Ama-me assim desgraçada, porque me parece que os desgraçados são os que mais precisam de amor e de conforto. Vou vêr se posso esquecer-me dormindo. Como isto é triste, meu querido amigo!... Adeus.»