Marianna! — disse o academico — Fazerem-na enfermeira d’um doente, e privarem-na talvez de ir costurar na sua varanda, e conversar com as pessoas que passam....
— Que se me dá a mim d’isso! — respondeu ella, sacudindo o avental, e baixando o coz ao logar da cintura com infantil graça.
— Sente-se, Marianna; seu pae disse-lhe que se sentasse... Vá buscar a sua costura, e dê-me d’alli uma folha de papel e um lapis que está na carteira.
— Mas o pae tambem me disse que o não deixasse escrever... — replicou ella, sorrindo.
— Pouco, não faz mal. Eu escrevo apenas algumas linhas.
— Veja lá o que faz... — tornou ella, dando-lhe o papel e o lapis — Olhe se alguma carta se perde, e se descobre tudo...
— Tudo, o quê, Marianna? Pois sabe alguma coisa?!
— Era preciso que eu fosse tola. Eu não lhe disse já que sabia da sua amizade a uma menina fidalga da cidade?
— Disse; mas que tem isso?
— Aconteceu o que eu receava. V. s.^a está ahi ferido, e toda a gente falla n’uns homens que appareceram mortos.
— Que tenho eu com os homens que appareceram mortos?
— Para que está a fingir-se de novas?! Pois eu não sei que esses homens eram criados do primo da tal senhora?