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X.

 

Apeou Marianna defronte do mosteiro, e foi á portaria chamar a sua amiga Brito.

— Que boa moça! — disse o padre capellão, que estava no raro lateral da porta, praticando com a prioreza, ácerca da salvação das almas, e d’umas ancoretas de vinho do Pinhão, que elle recebêra n’aquelle dia, e do qual já tinha engarrafado um almude para tonisar o estomago da prelada.

— Que boa moça! — tornou elle, com um olho n’ella e outro no raro, onde a ciumosa prioreza se estava remordendo.

— Deixe lá a moça, e diga quando ha de ir a servente buscar o vinho.

— Quando quizer, senhora prioreza; mas repare bem nos olhos, no feitio, n’aquelle todo da rapariga!

— Pois repare o senhor padre João — replicou a freira — que eu tenho mais que fazer.