eraveis todos!
Ouviu o réo a sentença de morte natural para sempre na forca arvorada no local do delicto. E ao mesmo tempo sahiram d’entre a multidão uns gritos dilacerantes. Simão voltou a face para as turbas, e disse:
— Ides ter um bello espectaculo, senhores! A forca é a unica festa do povo! Levai d’ahi essa pobre mulher que chora: essa é a creatura unica para quem o meu supplicio não será um passatempo.
Marianna foi transportada em braços á sua casinha, na visinhança da cadêa. Os robustos braços que a levaram eram os de seu pae.
Simão Botelho, quando, em toda a agilidade e força dos dezoito annos, ia do tribunal ao carcere, ouviu algumas vozes que se alternavam d’este modo:
— Quando vai elle a padecer?
— É bem feito! vai pagar pelos innocentes que o pae mandou enforcar.
— Queria apanhar a morgada á força de balas!
— Não que estes fidalgos cuidam que não é mais senão matar!...
— Matasse elle um pobre, e tu verias como elle estava em casa!
— Tambem é verdade!
— E como elle vai de cara no ar!
— Deixa ir, que não tarda quem lh’a faça cahir ao chão!...
— Dizem que o carrasco já vem pelo caminho.