Página:Amor de Perdição (1862).pdf/255

Wikisource, a biblioteca livre

CONCLUSÃO

 

Ás onze horas da noite o commandante recolhêra-se n’um beliche de passageiro, e Marianna, sentada no pavimento, com o rosto sobre os joelhos, parecia sucumbir ao quebranto das trabalhosas e afflictivas horas d’aquelle dia.

Simão Botelho velava prostrado no camarote, com os braços cruzados sobre o peito, e os olhos fitos na luz que balançava, pendente d’um arame. O ouvido têl-o-ia talvez attento ao assovio da ventania: devia de soar-lhe como um ai plangente aquelle silvo agudo, voz unica no silencio da terra e do ceu.

Á meia noite estendeu Simão o braço tremulo ao masso das cartas que Thereza lhe enviára, e contemplou um pouco a que estava ao de cima, que era d’ella. Rompeu a