Sabeis o que é sêr português, vós que respirais o aroma das flores que por toda a parte desabrocham em hilariantes coloridos, neste abençoado canto do universo?!...
Sabeis o que é sêr português, vós que recebeis a dulcida caricia dum céo limpido, que passeais os vossos olhos sobre as aguas movediças que levaram os nossos antepassados á aventura gloriosa de descobrir novos caminhos e novos mundos maravilhosos, essas aguas que trouxeram, em paga de tanto esforço e tanta heroicidade, o oiro, as pedrarias, a riquêsa que deslumbrou o mundo e — ai de nós! — pela vaidade nos perdeu!?
Sabeis o que é sêr português, senhoras!?...
Pesa-me dizer-vos que, salvo algumas excepções, não o sabeis.
Que isto vos não cause enôjo, e que sobre a minha cabeça não cáiam as vossas ironias e odios!
Se vós o não sabeis, pouca ou nenhuma culpa tendes, que de longe vem o despreso pela vossa educação, que de bem longe vem o mal que nos está ligando como cadaver embalsa-