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Página:Ana de Castro Osório - Ás Mulheres Portuguêsas (1905).pdf/98

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Ás mulheres portuguêsas

prias mãos; não costuram nem bordam a roupa da casa; não talham as suas camisas; não cosinham ou sabem dirigir o jantar da familia; não tomam a si o encargo de criar e educar os irmãosinhos mais novos. As mães poupam-nas o mais possivel. É o seu bom tempo — dizem. Deixá-las, lá virá época em que tudo aprendem á sua custa!...

Pobres dellas! Não viram, no seu exemplo, quantas amarguras representa essa aprendizagem á propria custa, desde o mau humor do marido que vê tudo feito por mãos inexperientes até ao desrespeito das criadas por quem não as sabe mandar nem ensinar.

A rapariga portuguêsa não é um ser util e respeitavel, de que os rapazes sejam fraternaes companheiros, lendo os mesmos livros, interessando-se pelos mesmos assumptos, conversando naturalmente em qualquer ocasião e com qualquer pessoa que se encontrem.

Não, ella é uma criatura no papel passivo de pretendente, esperando vagamente o numero da loteria que lhe dê o premio.

Depois, conforme este seja, grande ou peque-