Saltar para o conteúdo

Página:Ana de Castro Osório - Quatro Novelas (1908).pdf/11

Wikisource, a biblioteca livre
9
A VINHA

nha de quem o levava com uma perna ás costas.

Lembrava-se de pensar ás vezes no facto, um tanto irritante, do seu afastamento sistematico da casa paterna, e pôr-se consigo a acusar os pais; mas á mais leve referencia acudia uma carta de Eduarda, que varria do sen coração, voluvel e bondoso, a desconfiança cruel.

Era sempre a mesma delicadeza inteligente, procurando as palavras para não maguar nem esclarecer, fugindo graciosamente duma pergunta mais nitida, dizendo ponco ein longas cartas, que satisfaziam plenamente a sua ansiedado do momento mas muito deixavam escondido nas dobras duma alma que se não pode expandir, sob pena de infelicitar os outros.

Eduarda, apenas mais velha dois anos do que Luis, fôra desde criança uma pequena figura simpatica de mulher, dessas mulheres adoraveis sem deixarem de ser profundamente humanas, ou talvez por isso mais adoraveis ainda, que tudo compreendem, por tudo se interessam, para todos são a providencia, o refugio e a esperança.

Quando fôra resolvida a sua entrada para o colegio militar, Luis ficara radiante. E' que essa admissão fôra o seu maior empenho, a