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Rio, 18 de março

A semana que passou foi a dos aniversários felizes.

Domingo festejaram-se os anos da nossa Princesa, que trocou a bela terra do Brasil pelo poético céu da Itália.

Quarta-feira teve lugar a solenidade do aniversário da nossa Imperatriz, que deixou as lindas ribeiras de Nápoles pela majestosa baía do Rio de Janeiro.

Assim, logo após da saudade, veio uma lembrança prazenteira. Se perdermos por algum tempo uma flor graciosa da nossa coroa imperial, ganhamos para sempre um anjo de bondade, um exemplo das belas virtudes.

E isto me faz lembrar do quanto somos devedores àquela boa terra de Itália, que nos confiou com tanto prazer a filha de seus reis, e acolheu com tanto amor a irmã do nosso monarca.

Sem falar dos artistas que daí nos têm vindo, e das belas noites de teatro que devemos à sua escola e aos seus gênios musicais, lembremo-nos que é lá, nessa terra clássica das artes e do belo, que muitos brasileiros se têm ilustrado e adquirido os conhecimentos que atualmente são aproveitados em bem do país.

Foi ainda no meio dessas ruínas seculares de tantas gerações que passaram, no solo onde viveu o povo rei, na terra