Rio, 3 de junho
Passou ligeira e fugitiva como todos os prazeres deste mundo, a semana das belas noites, dos magníficos luares, dos brilhantes saraus musicais!
Passou, envolta entre as sombras da noite, e como que temendo crestar as suas asas diáfanas e o seu manto cor do céu aos raios ardentes do sol de nossa terra!
Passou, como essas crepusculares que adejam às últimas claridades do sai; ou como essas flores modestas que vivem à sombra, e se expandem à claridade suave das estrelas e ao brando sopro das auras da noite!
Havíeis de vê-la surgir, entre a tíbia claridade do crepúsculo da tarde, com uma lira d'ouro na mão, o olhar em êxtase, o gesto inspirado; e, de envolta com os últimos rumores do dia, talvez lhe ouvísseis os prelúdios harmoniosos.
Mas passou; e agora só nos restam as recordações das horas de prazer que nos deu, e que vamos desfolhar uma a uma, como as páginas de um belo livro, que lemos pela segunda vez frase por frase, apreciando a elegância do estilo, os lindos pensamentos e as brilhantes imagens.
E, se ao menos uma dessas mãozinhas feiticeiras quisesse for da semana, que abrimos aos nossos leitores, e do qual