do gabinete, nada mais houve de interessante nos altos domínios da política.
A Câmara dos Deputados esperava e desesperava, conforme os diversos boatos que corriam pelos corredores a cada hora e a cada instante.
O senado (coincidência notável), enquanto o ministério estava em crise, discutia magistralmente uma lei de pescarias.
Esta lei, apesar de muito bem sustentada pelo seu ilustre autor o Sr. Marquês de Abrantes, sofreu no senado grande oposição.
Apesar da consideração que merecem as opiniões opostas ao projeto, cumpre atender à penúria e à escassez de gêneros alimentícios, que quase todos os anos em certa época vai aparecendo no nosso país.
Uma lei de pescarias, sabiamente elaborada, seria não só um importante ramo de comércio e indústria, mas um meio eficaz de suprir no mercado a falta dos gêneros de primeira necessidade.
Ultimamente tem-se falado muito o nome do Sr. Conselheiro Vicente Pires da Mota, que deseja retirar-se do Ceará por incômodos de saúde.
Estamos convencidos que o governo empregará toda a sua solicitude para que o Sr. Pires da Mota continue a dirigir a província, que tão bem tem acolhido a sua administração.
Quando, porém, qualquer mudança se dê, esperamos que o Sr.Marquês de Paraná faça uma escolha acertada, nomeando um homem que tenha como o atual presidente, grande tino administrativo e a energia necessária para vencer exigências absurdas de pequenas influências locais.
É isto pelo menos o que exige a política do atual ministério, e a sua prudência governativa, a fim de não termos de lamentar cenas desagradáveis, e de não retrogradarmos de um estado, que, embora não seja o melhor, é contudo mil vezes preferível ao passado odiento de alguns anos atrás.
Ainda uma palavra.