rarios com rolos de arame, postes e mais coisas telefonicas. Nesse dia, porém, o rinoceronte falhou de vir ao terreiro deitar-se de atravessado na porteira, como de costume. O transito estava completamente livre.
— Ué! exclamou o detective comandante, muito admirado. Para onde terá ido o malandro do rinoceronte?
Dirigiu-se á casa para falar com dona Benta.
— Como foi isso, dona Benta? disse ele subindo á varanda. Deixei o rinoceronte deitado na porteira e agora não encontro sinal dele.
Dona Benta explicou tudo quanto sucedera durante as semanas em que eles estiveram tocando violão na vila. O rinoceronte adquirira o habito de passar o dia na Figueira Brava, só vindo deitar-se na porteira ali pelas tres horas da tarde.
— Chega sempre a essa hora, deita-se e fica a cochilar até á noite, explicou a boa senhora. E’ um animal bastante sistematico.
— Bem, disse o detective, nesse caso teremos toda a manhã livre para trabalharmos na construção da linha telefonica.
Dona Benta arregalou os olhos.
— Que linha telefonica é essa? perguntou.
— A linha que resolvemos construir para ligar esta casa ao nosso acampamento. Como naquele dia o rinoceronte estivesse atravessado na porteira, impedindo a passagem, e como eu desejasse discutir com a senhora varios assuntos importantes, tive a excelente idéa de construir essa linha, com os fios passando por cima do “obstaculo”.
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