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Página:As Minas de Prata (Volume I).djvu/157

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— O cavaleiro que correu com D. Fernando não montava um cavalo preto?

— Com efeito, quer-me parecer que assim era! acudiu D. Diogo pondo os olhos no tordilho de Cristóvão. Mas seguramente que foi engano...

— Tão verdade como ser azul meu cinto! disse a donzela em tom de profunda convicção.

— Pode ser... Mas eis o que vai tirar-nos da dúvida, respondeu o governador mostrando com um aceno a mesa onde se sentavam os três juízes.

O arauto fazendo uma profunda cortesia aos três cavalheiros, chegou-se à beira da rampa. Aí desempenando o corpo e correndo um olhar pela multidão, soltou a voz sonora e enfática no meio de profundo silêncio:

— Em nome de Sua Senhoria, o Senhor D. Diogo de Menezes e Siqueira, fidalgo de Foro Grande, governador e Capitão-general deste Estado do Brasil por Sua Majestade D. Filipe III, que Deus guarde...

Aqui mestre Bartolomeu inclinou-se; temperou a garganta, e tomando a respiração, continuou:

— Os Cavalheiros Álvaro de Carvalho, alcaide-mor da Bahia, Baltasar Ferraz, provedor da Fazenda, e D. Francisco de Aguilar, Senhor de Paripe, juízes