Página:As Minas de Prata (Volume I).djvu/163

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mordeu? perguntou sorrindo o governador, que conhecia o gênio do soldado.

— Vou em busca de um homem, que tenha o arrojo de dizer-me, a mim, Álvaro de Carvalho, que minto, quando afirmo que gente de beca e traficantes de açúcar entendem tanto de justas, como eu de trapaças e rabulices.

— Que sucedeu?

— Não acabam eles de decidir que aquele valente mancebo, Estácio Correia, não deve ganhar o preço, porque fez virar de cambalhotas a D. Fernando, em vez do vosso alferes?

— E agora o que contam fazer?

— Não o sei eu; eles que a desatem.

O arauto publicou então a decisão dos juízes, que mandavam Estácio correr nova lança com o seu contrário, D. José de Aguilar, a fim de que o preço fosse conferido em regra.

— Está vendo, Sua Senhoria! exclamou Álvaro de Carvalho. Tem isso algum jeito? É ou não rabulice?

— Sossegai, Álvaro, não desarrazoeis por nonadas. Respeitai a opinião dos outros, para que respeitem a vossa.