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Página:As Minas de Prata (Volume I).djvu/26

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o alferes rindo; mas se com isso vos ofendi, estou pronto a aceitar-vos a requesta.

Dizendo estas palavras, D. José apertou amistosamente a mão de Fernando; e cortejou com um modo frio e soberbo a Estácio. Este empalidecera ouvindo as últimas frases e desviou-se do grupo.

Um quinto mancebo, que trajava também à milícia, batera familiarmente no ombro do alferes.

— Aceito a aposta, contanto que sejais vós mesmo o árbitro, D. José!

— Oh! Padilha!... Por quem parais então, amigo?

— Por uns maganos d'olhos negros que luzem através de certa rótula de sobrado na Rua da Palma!

— Olhem o taful!...

— Ah! ah!... Então o nosso alferes também adora as sotas de carne e osso! exclamou Cristóvão rindo.

— Caluda, senhores! acudiu D. José com um sério-cômico; isto por enquanto está em segredo. Não espantemos a caça, que é arisca!

E os mancebos a rir, como se ri nessa idade feliz.

A liteira tinha parado; vinham nela duas senhoras.

Uma teria quarenta anos de idade; bela ruína