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Página:As Minas de Prata (Volume I).djvu/51

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Quanto a Elvira, mais animosa, voltou-se para Cristóvão. O cavalheiro encorajando-se com esse movimento adiantou-se, e apresentou-lhe a mão onde brincavam algumas gotas d’água; depois de benzer-se, a menina umedeceu de novo os dedos e com um movimento rápido lançou de longe um borrifo na fronte do mancebo.

— Para que sejais esta tarde bem feliz, disse ela enrubescendo.

— Basta que desejeis para que o seja, respondeu o mancebo não se contendo de alegria e felicidade. Que o vosso olhar me acompanhe...

— O olhar, não, que é impossível; o pensamento, sim, respondeu Elvira com uma expressão melancólica.

— Por quê? Lá não estareis? perguntou o moço em sobressalto.

— Não; minha mãe...

A aproximação de D. Luísa e Aguilar cortou a conversa; as duas meninas saíram da igreja, Elvira satisfeita porque ao menos consolara Cristóvão de sua ausência; Inesita zangada consigo mesma porque não tivera coragem de recusar o oferecimento de Fernando, e com Estácio, porque depois do seu movimento em vez de apresentar-lhe a mão voltara-se triste e desaparecera;