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Página:As Minas de Prata (Volume I).djvu/99

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como fizera sentir ao provedor, vinha incumbido de alguma missão importante; qual ela fosse, é o que ele não podia adivinhar. Isso o inquietava involuntariamente. Um quer que seja lhe fazia recear que o segredo de Estácio se achasse envolvido em todos esses acontecimentos.

— Cuidemos de sondar os ânimos! disse entre si.

Assim pensativo atravessava o doutor o Largo da Sé, quando lhe ocorreu a advertência da tia Euquéria, de que a sua provisão de vinho das Canárias já estava exausta, e pois carecia nova para o dia seguinte. Quebrou na primeira travessa em busca de uma taverna muito afreguesada, que havia ali perto, servida por um tal Brás Judengo.

A varanda da taverna ainda estava deserta e a porta cerrada; porém Vaz Caminha, como freguês antigo, penetrou no interior. Já ele vinha do fundo desenganado de encontrar viva alma com quem falasse, um murmúrio de vozes abafadas feriu-lhe o ouvido. O advogado sondou com o olhar os cantos escuros do aposento.

Viu no fundo uma fresta triangular interiormente esclarecida por uma candeia.

— Bom! pensou Vaz Caminha. Está justamente na adega.