— Oh! que lindas galanterias! exclamou ela soltando no regaço as joias da bolsa. Que tão cobiçadas não haviam de ser pelas damas que lá estavam!... Mas quisestes guardá-las para quem menos as merecia!
— Para quem elas menos merecem, senhora minha.
— Mas falai; que não me posso já com o desejo de saber quanto fizestes!
— Não quereis que cerre aquela janela? Podem ver a luz a estas horas mortas, disse o moço erguendo-se.
Elvira corou.
Lembrou-se que estava só com seu amante, à noite calada, e na sua câmera de donzela recatada; pareceu-lhe que fechando a janela, o isolamento ainda se tornava maior; porém sua alma era tão cândida e o amor de Cristóvão tão respeitoso, que se acusou a si mesma daquele seu receio.
— Cerrai! tornou com um sorriso encantador. Não ficamos sós.
— Quem mais está aqui? perguntou Cristóvão admirado.