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Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/173

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mas compensava este senão com a naturalidade e singeleza da expressão.

É pena que esse livro precioso se tenha perdido, pois sem contar a descoberta importante de que tratava, daria à história que ora escrevemos um testemunho irrecusável de sua veracidade.

O jesuíta abriu o alfarrábio com muita solenidade, e dispôs-se a começar a leitura no meio do mais profundo silêncio, pois era o silêncio da modorra. De feito o capítulo, com exceção do P. Inácio absorvido em suas meditações, sofria naquele momento a ação soporífera que sobre ele exercia a crônica das minas de prata; mas o autor, com a consciência do merecimento de sua obra, não via senão o recolho de quem se preparava à audição.

Não há notícia do que leu nessa noite o Reverendo Manuel Soares, cronista da Província do Brasil; porque ainda é duvidoso que algum dos respeitáveis conselheiros que compunham seu auditório o ouvisse. Antes que o leitor chegasse ao fim da primeira parte, a grande alâmpada, falta de óleo, crepitou e a luz extinguiu-se.

Esse caso imprevisto dissolveu o capítulo com verdadeira satisfação dos reverendos professos, que foram acabar no leito o primeiro sono interrompido. O último a