Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/18

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Como lhe negaram o primeiro preço, desdenha os mais.

— E no seu caso, o senhor governador não faria o mesmo? replicou Inesita.

— Talvez! respondeu o fidalgo sorrindo.

A corrida continuara; só restava uma argolinha; as outras tinham sido tiradas, muitas por Cristóvão, algumas por D. José e outros cavaleiros; Fernando não conseguira enfiar uma só.

Estácio estava satisfeito e contente, como se tivera ganho todos os prêmios; para ele a grande recompensa não eram nem as joias dadas pelos juízes, nem os aplausos do povo; era a humilhação de seu rival diante de Inesita; essa tinha-a já conseguido de uma maneira estrondosa.

Restava porém uma argolinha; Cristóvão falhou-a; e Fernando, que moderara o galope do cavalo, ia com a lança direita enfiá-la; percebendo isto, o sangue afluiu ao coração de Estácio; pareceu-lhe que via já o cavaleiro oferecendo o anel a Inesita e recebendo em troca uma prenda.

O moço fincou as esporas nos flancos do nobre corcel que saltou, e alongando-se como uma flecha, devorou o espaço. No momento em que Ataíde ia tocar a argolinha, o cavaleiro passou