Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/22

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o motivo por que o moço se esquivara de medir-se com ele; ambos estavam ofendidos em seu orgulho, e numa esperança que partilhavam.

O alferes protegia a afeição de seu amigo por Inesita; embora sua irmã mostrasse completa esquivança a D. Fernando, atribuía isso à timidez da menina, e acreditava que afinal o amor conseguiria vencer o recato.

Conhecendo porém que se iludira, e suspeitando agora que sua irmã amava outro homem, sentira despeito profundo; sobretudo sendo esse um moço obscuro e pobre, como Estácio, o qual embora nobre, tinha em seu nome a nódoa, que deixara a condenação do pai.

Orgulhoso e de gênio arrebatado, D. José não podia sofrer semelhante afronta. Resolveu imediatamente castigá-la, antes mesmo que Fernando de Ataíde pedisse ao moço satisfação pelo modo descortês por que se houvera.

Enquanto os dois amigos passeavam na volta da teia conversando sobre o que passara, Álvaro de Carvalho indo ao encontro de Estácio, o abraçou com efusão e guiou ao pavilhão para apresentá-lo ao governador.