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Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/27

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Estácio não respondeu.

— Assim trate cada um de defender-se às veras, continuou D. José. Bem pode suceder que brincando mesmo, tenha o profundo desgosto de passar a minha espada pelo corpo de alguém.

— É tudo quanto me tínheis a dizer, senhor alferes? perguntou Estácio com a maior calma e dignidade.

— Tudo; e agora que está de aviso o senhor estudante, se por acaso escolhesse outro campeão, seriam capazes de dizer que tinha medo!

— E não errariam, Senhor D. José, realmente tenho medo.

— Ah! exclamou o alferes.

— Tenho medo de matar-vos; porém por felicidade vossa e minha, sei me dominar.

Estácio voltou as costas ao alferes, e encontrou fito nele o olhar de Inesita. Esse olhar era uma interrogação e uma súplica.

A menina de longe não escutara as palavras, mas vira a expressão de D. José, e presa de cruéis pressentimentos procurava ler no semblante do moço a confirmação dos seus receios, pedindo-lhe