— Quer saber V. Paternidade o que me está passando pela ideia?
— Diga o P. Molina. De tão agudo engenho nunca serão demais os avisos.
— V. Paternidade me acanha... É bondade extrema para o mínimo dos servos de Cristo. O que disse não passa de humilde reparo.
— Não é razão para privar-me dele.
— Ora pense o P. Inácio... Não seria bem possível que a mão frágil de uma donzela quebrasse a soberbia do governador poderoso, que pretendem ser de tão rija têmpera? Tem-se visto destes milagres. Davi matou Golias, e bastou para tanto uma pequena pedra.
— Faz mau juízo de D. Inês o P. Molina: é donzela de muito recato que estimam quantos a conhecem pelas prendas e virtudes.
— Nem digo o contrário; mas o P. Inácio há de concordar comigo que no fundo do coração da mulher mais virtuosa, lá existe um átomo de vaidade, como brasa em borralho. Um sopro, e verão a chama atear-se.
— Quer com isto dizer que a julga capaz de galanteios tais!
— Quero dizer que o confessor de D. Inês seria um mau