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Página:As Minas de Prata (Volume II).djvu/82

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ruim! Bargante! Alma danada!... Pragas te consumam, cascarreia de mouro! Judengo! Marrano!... Tu ma pagarás com língua de palmo!

A tia Eufrásia continuaria a glosar este mote pelo resto da noite, se um dos quadrilheiros, que o alcaide deixara entre a multidão para evitar novos distúrbios, não a interrompesse.

— Arre lá também! Cala-te, boca praguenta! Se não queres ir pelo mesmo caminho que Anselmo...

A adela tragou o muito que ainda tinha a vomitar; e tratou de recolher antes que lhe sucedesse mais alguma catástrofe nessa noite, que para outros fora tão cheia de folgares e alegrias, para ela tão farta de amarguras.

Ao tempo que isto tinha lugar, Joaninha perdida entre o povo, corria inquieta e sôfrega de um a outro ponto; desde que deixara Tiburcino parecia procurar entre a multidão uma pessoa; mas todos os seus esforços eram inúteis, e a levavam de decepção em decepção.

A vida dessa rapariga tinha a sua crônica misteriosa.

Ninguém sabia de seus pais; mas quase toda a gente a conhecia por causa de sua profissão de alfeloeira ou mercadora de doces e confeitos, que ela