— Diga pois duma vez: o que quer?
— Digo mesmo!
— Diga sem medo!
— Jura a menina que não me recusará?
Dulce estremeceu, presa de vago terror; estremeceu, como a sensitiva, sem ver do que; mas era andaluza; pôs os olhos no céu e o pensamento em Deus.
— Juro! disse a voz breve e decidida.
— Mui bem! A chiquita terá suas agulhas, se por cima da cachucha...
— Estou ouvindo!
— E por cima dos quatro...
— Quatro, senhor meu! Dois, não mais!...
— Um em cada mão, um em cada face...
— Mas não! Mas não!...
— Bem contados, dois e mais dois fazem quatro!
— Não darei senão um! Foi o prometido.
— Pois fique-se a menina com ele, e eu me vou com as minhas agulhas.
— Já que você o quer, sejam quatro embora! É só isto?
— Por cima disto há de dar a menina...
— Que coisa? diga logo!
— Esse cacho de uvas... que ali está... o maior!