Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/225

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Quando quiser vento, montarei meu cavalo e irei até a Barra, onde o há de sobra. Não careço desse sestro de namorados.

— Ui, gente!... Se fosse algum velho judeu que mercasse os meus abanilhos, aposto que o senhor alferes não enjeitaria, mas como é a pobre da mulatinha que a ninguém tem por si, nem parentes amparados, nem filha formosa!...

— Que dizes tu, alfeloeira? perguntou o alferes voltando-se.

— Nada, senão que inda agorinha, em passando Rua da Palma abaixo para vir aqui, uma doninha mui graciosa que estava à rótula com os olhos no caminho, mercou-me um dos meus abanos.

— Na Rua da Palma?... perguntou o alferes que enrubesceu repuxando os bigodes.

— E mais ela não tinha sestro de namorada. Certo é que muitos não têm o sestro, que lhes têm as manhas; e pelo jeito de umas perguntinhas que eu cá sei...

A mulatinha apontoou esta reticência com um sorriso dos mais brejeiros. O alferes lançou à direita e à esquerda um olhar para ver se alguém o observava; em seguida fez à alfeloeira um