as cortinas de parreiras. Voltou logo trazendo sob o avental uma naca de queijo e pão.
— Aqui tem, D. Vilarzito; jante, que me dá nisso prazer.
— Não tenho fome já! respondeu o rapazito com soberba e desdém. Guarde a menina sua esmola para os perros que a peçam.
As lágrimas saltaram dos olhos da menina:
— Não se anoje comigo! É Deus que nos dá a todos o pão nosso de cada dia! Receba você dele, não de mim. Apenas serei eu sua servente!
Assim falando Dulcita se aproximara do moço; tinha ela mil carícias no olhar, e ainda maiores meiguices no gesto; a voz suspirava como um canto de sereia:
— Já não está anojado? Diga que não! Diga-o para sossego meu!
— Não o estou, não, pois que a menina não soube o mal que fez!
— Mui bem! Seja galante assim! Agora jante!
— Não o poderei, ainda que queira. As uvas comi-as eu, porque as ganhei com meu trabalho, não as mendiguei!
— É certo: porém, tão grande