Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/32

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o nome e o ofício do pai, que o deixara só no mundo. A mãe, essa nem lograra, mísera e mesquinha, beijar o filho que fora todos os seus extremos. Era mulher de muita religião e especial devota do grande São Inácio de Loiola. Sempre que ia à igreja, ficava horas e horas em doce arroubo dos sentidos diante de um grande quadro a óleo, onde tinham representado a imagem em pé, do Santo, ao vulto natural. Quando Deus lhe destinou marido, ela não cessava de rogar ao céu um favor:

— Meu divino Santo Inácio, se de todo não vos desprezais desta serva indigna, e que por vossa intercessão Nosso Senhor Jesus Cristo me abençoe em o fruto das minhas entranhas, fazei que esse filho seja a cópia vossa humilde, assim na compostura das feições, como na vida e obras.

Se exalçara o céu esta prece fervorosa, quem o podia saber? Em tão verdes anos não era natural que se conjeturasse coisa certa sobre o menino. Inteligência e ambição foram sim precoces nele; tinha a nobreza do parecer; e estreou na vida, como o soldado de Pampelune, pelas armas.

Seu primeiro sonho fora o herói popular da