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Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/54

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Flores, sorrisos do prado, e sorrisos, flores dos lábios, desabrocham por toda a parte, e engastam-se onde quer que aparece um rosal perfumado ou um rosto mimoso. Vão de envolta nas asas da brisa, trinos das aves, rumores do campo, e os ledos descantes de rústico trovador.

Além, à sombra do florido laranjal, folgam os camponeses a festa da maia. As raparigas, conduzidas pelos seus bailarinos, correm à eira preparada para a dança. Ao som do bandolim estalam e crepitam as castanholas; o pé andaluz, que tem do colibri as asas e as sutilezas, voa sobre a relva; a vasquinha de seda rodopia na veloz pirueta, como a plumagem iriada da ave graciosa.

Dulce baila com seu querido Vilarzito. A ver o donoso par, os velhos admiram tal graça e formosura; os moços invejam o suave consórcio da beleza e juventude, que o amor celebrava na união dos namorados bailarinos.

Trazia Dulcita, bem onde abria o peito do justilho de veludo preto debruado de ouro, uma rosa do campo, que ali estava como enfiada das que o prazer abria nas faces da donzela; e por