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Página:As Minas de Prata (Volume III).djvu/69

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O sacerdote azoou; a rapariga desapareceu como uma sombra.

Caminhavam pelas margens do Tinto, de mãos dadas, os dois noivos. Dulcita desfeita em risos e meiguices, Vilarzito sério e pensativo.

O rapaz, cujo gênio aventuroso aceitara sem calcular este casamento, como uma das muitas fases de sua vária existência, com a mesma facilidade com que passara de um sonho a outro, e de pajem se fizera pintor ou poeta; o rapaz cogitava consigo nos embaraços que lhe podia acarretar essa paixão de menina. Quanto aos deveres conjugais e à gravidade do estado, pouco cuidado lhe davam: eram nós, que ele cortaria, quando não os pudesse desatar.

— O futuro é de Deus, o passado dos mortos. O presente é a vida.

Com essa reflexão filosófica pôs ele termo às suas cogitações. Envolveu a sua bela noiva em um olhar amoroso, e perguntou-lhe:

— Onde vamos nós, Dulcita?

— Para onde havemos de ir, se estamos no céu, bem meu; não queres que aí fiquemos? disse a menina sorrindo.

— Pois fiquemos, respondeu o moço. Estas laranjeiras