vezes, proferiu estas palavras graves e solenes:
— Em nome do Senhor recebo e santifico o voto solene, que fazeis vós, D. Elvira de Paiva, de consagrar-vos corpo e alma à religião em uma ordem regular, como esposa de Cristo!...
A donzela, que a princípio não tinha compreendido e emudecera ante a majestade do ato, espavorida arrancou as mãos soltando um grito de horror:
— Misericórdia, Senhor Deus! Vós bem sabeis que não fiz outro voto senão de amar eternamente o escolhido de meu coração!
A donzela caiu de joelhos.
— Calai-vos, filha.
— Compaixão, mãe, desta infeliz!
— Deste instante em diante, filha, já não podeis sentir outro amor, que não seja o evangélico: o amor puro e imaculado!
— Eu enlouqueço!...
— Serenai vosso ânimo. Nós vamos, vossa mãe e eu, tratar dos modos de realizar depressa os impulsos de vossa alma.
O confessor saiu seguido pela viúva. Elvira pasma e estática, ficou de pé no meio do aposento, inclinada para a porta por onde acabavam de sair,