Página:As Minas de Prata (Volume VI).djvu/123

Wikisource, a biblioteca livre

— Que foste tu fazer?

— Entupir o buraco.

— E eles?... exclamou a senhora tomada de horrível suspeita.

— Eles não cavarão mais! respondeu o negro sereno.

— Foram-se?

— Para não tornar.

Mais tranquila à vista da resposta calma do escravo, a senhora interrogou-o de novo, e com seu tato de mulher arrancou-lhe a revelação do motivo por que tinha Lucas praticado aquela ação. Ela compreendeu perfeitamente essa anomalia do coração humano; e culpou-se a si mesma por não ter melhor domesticado esse urso amigo.

Por uma singular coincidência, a essa mesma hora era cercada a taberna do Brás, e a casa vizinha ocupada pela tia Eufrásia. O taberneiro e a adela foram conduzidos à cadeia; e os jogadores pilhados na tavolagem levados a palácio, onde o governador os repreendeu e fintou. D. Diogo, ao fato das maquinações do taberneiro e da parte que ele tinha no contrabando reiterado da costa, resolvera dar um exemplo de severidade;