Página:As Reinações de Narizinho.pdf/294

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nos os viram, sentados na mesma pedra, ferrados na mesma discussão.

— Vivam! — exclamou o senhor de La Fontaine. — Por onde andaram os meus meninos?

Cansada das aventuras do dia e ansiosa por voltar para casa, Narizinho desfiou atropeladamente, sem apear-se do burro, as principais peripécias do passeio.

— Quando estivermos juntos outra vez, contarei tudo mais direitinho. Agora não posso. Adeus, senhor de La Fontaine! Adeus, senhor Esopo! Até um dia!

— Para onde vão com tanta pressa?

— Jantar! — gritou Pedrinho.

— Senhor de La Fontaine — disse Emília — fique sabendo que gostamos muito da sua pessoa. Apareça lá no sítio para tomar um cafezinho coado na hora. O senhor também, seu Esopo. Mas vá de paletó e calça, se não tia Nastácia se assusta. Não façam cerimônias. Dona Benta não se importa. Ela é muito boa... Os fabulistas prometeram aparecer.

— Au revoir! — gritou de longe a menina.

— Au revoir! — repetiu o senhor de La Fontaine com um aceno de mão — e ficou por um tempo a segui-los com os olhos.

Quando o burro desapareceu numa nuvem de pó, lá bem ao longe, o fabulista suspirou:

— Felicidade, teu nome é juventude!... Em seguida voltou a sentar-se na pedra, à beira do ribeirão, e retomou a conversa com Esopo no ponto em que os meninos a haviam interrompido.