Página:As asas de um anjo.djvu/115

Wikisource, a biblioteca livre

HELENA – Pois quando quiser...

VIEIRINHA (à Helena.) – Já almoçaste, Helena?

HELENA – Há pouco; mas o almoço ainda está na mesa.

VIEIRINHA – Com licença, meus senhores. (Luís e Helena conversam no sofá; Meneses e Araújo recostados à janela.)


CENA III

MENESES, ARAÚJO, LUÍS E HELENA.

ARAÚJO – Não me dirás que figura faz este Vieirinha no meio de tudo isto?

MENESES – A figura de um desses saguis com que as moças se divertem. Neste mundo de mulheres, Araújo, existem duas espécies de homens, que eu classifico como os animais de penas. Uns são esses moços ricos e esses velhos viciosos que se arruínam e estragam a sua fortuna para merecerem as graças destas deusas pagãs; esses se depenam. Os outros são os que vivem das migalhas desse luxo, que comem e vestem à custa daquela prodigalidade; esses se empenam.

ARAÚJO – O Vieirinha pertence a esta última classe.

MENESES – É o tipo