CAROLINA – Não tinha outra.
MENESES – Certamente.
ARAÚJO – Como, Meneses!
CAROLINA – Vê!
PINHEIRO – O senhor aprova?
MENESES – Não, senhor.
ARAÚJO – Mas então?...
MENESES – Desgraçados dos homens de bem, Araújo, se o mundo não fosse assim; se o vício não tivesse em si esse princípio de destruição que é o seu próprio corretivo. Estimo o Sr. Pinheiro desde que soube a maneira digna com que aceitou o seu infortúnio; mas esse infortúnio proveio de sua paixão louca por Carolina; ele não podia, não devia achar nela um sentimento de gratidão. É preciso que o despreze para o punir; é preciso que lhe negue para uma boa ação o dinheiro com que ele acabou de perdê-la. A avareza (designa Carolina) corrige a prodigalidade. (designa Pinheiro.)
CAROLINA – Avareza! Não admito!
ARAÚJO – E que nome tem isto?
CAROLINA – Chame-lhe ingratidão, chame-lhe o que quiser; mas avareza, não! Faço tanto caso do dinheiro, como da moral que trazem certos sujeitos na algibeira, e da qual só usam quando lhes convém, como de um charuto, de