Página:As asas de um anjo.djvu/182

Wikisource, a biblioteca livre

VIEIRINHA – Helena!...

MENESES (a Araújo.) – Como lhe avivou a memória! Já sabe o nome.

VIEIRINHA – Escuta!...

HELENA – Não se comprometa meu senhor!

CAROLINA – Vem cá, Helena.

HELENA – O que queres?

CAROLINA – Nunca te pedi nada. Dá-me estas cartas.

HELENA – Para quê?

CAROLINA – Dá-me!...

LUÍS – Que vai fazer?

CAROLINA – Vingar-me!... Aí tem! Rasgue essas provas que o podem denunciar; case-se com a filha desse homem de bem; entre no seio de uma família honrada; adquira amigos!... É a minha vingança contra essa gente orgulhosa que se julga superior às fraquezas humanas.

LUÍS – Não fale assim, Carolina; a sociedade perdoa muitas vezes.

CAROLINA – Perdoa a um homem como este; recebe-o sem indagar do seu passado, sem perguntar-lhe o que foi; contanto que tenha dinheiro, ninguém se importa que a origem dessa riqueza seja um crime, ou uma infâmia.