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Página:As asas de um anjo.djvu/201

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MARGARIDA – Talvez hoje precisasse estar só... Porém mudaste o teu vestido escuro?... Fizeste bem! Assim ficas mais alegre.

CAROLINA – Nunca mais poderei ter alegria, minha mãe!... Por meu gosto não o mudaria! Mas Luís pediu-me que me vestisse de branco.

MARGARIDA – Ah! foi ele...

CAROLINA – De manhã quando nos vimos chegou-se a mim muito sério e disse-me que desejava pedir-me um favor. Cuidei que era outra cousa... Não tive ânimo de recusar-lhe!

MARGARIDA – Já o habituaste a fazer-lhe todas as vontades!... E assim deve ser porque ele te estima como um verdadeiro irmão.

CAROLINA – Infelizmente não mereço essa estima.

MARGARIDA – Não digas isto, Carolina!

CAROLINA – De que serve negá-lo? Não é a verdade?

MARGARIDA – Não te importes com o que pensa o mundo; não é para ele que vives, e sim para tua mãe, para aqueles que te amam. O teu mundo, o nosso, é esta casa.

CAROLINA – E nesta mesma casa não falta alguém?... O amor de minha mãe não me lembra que eu tenho um pai que