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Página:As asas de um anjo.djvu/38

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MARGARIDA – Para quem é então, homem?

ANTÔNIO – Para Carolina.

MARGARIDA – Ah! Queres fazer-lhe um presente?

ANTÔNIO – Tens ideias! Não!... Sim... (Rindo) É um presente que ela há de estimar.

MARGARIDA – Não; sim... Explica-te, se queres que te entenda.

ANTÔNIO – Lá vai. (Levanta-se) Há muitos dias que ando para te falar nisto; mas gosto de negócio dito e feito. Estive a esperar o fim do mês pela razão que sabes do dinheiro; e o fim do mês sem chegar. Enfim hoje já que tocamos no ponto, vou contar-te tudo. (Chega-se à porta da esquerda.)

MARGARIDA – Carolina está lá dentro; podes falar.

ANTÔNIO (baixo.) – Não reparaste ainda numa cousa?

MARGARIDA – Em quê?

ANTÔNIO – Nos modos de Luís para a pequena. Como ele a trata?