MARGARIDA – Ah! Anda espalhando!...
ANTÔNIO – Não estejas já a acusar o pobre rapaz; ele não disse a ninguém. Um dia no trabalho... Mas tu sabes como é o trabalho dele?
MARGARIDA – Não; nunca vi.
ANTÔNIO – Nem eu; porém disseram que é fazer com umas letras de chumbo o mesmo que escreve o homem do jornal. Pois nesse dia, Luís, que estava com o juízo cá na pequena, que havia de fazer?...
MARGARIDA – O quê?
ANTÔNIO – Em vez do que estava escrito deitou Carolina, Carolina, Carolina... Uma folha cheia de Carolinas, mulher! No dia seguinte a nossa filha andava com o jornal por essas ruas!
MARGARIDA – Santa Maria! Que desgraça, Antônio!
ANTÔNIO – Espera, Margarida; ouve até o fim. Tem lá um homem, o contramestre da tipografia, que se chama revisor; assim que ele viu a nossa filha, quero dizer o nome, pôs as mãos na cabeça; houve grande barulho; mas como o rapaz é bom trabalhador acomodou-se tudo. É daí que o companheiro soube e me disse.
MARGARIDA – Psiu!... Aí vem ela.