Página:As asas de um anjo.djvu/42

Wikisource, a biblioteca livre

ANTÔNIO – E muito, muito; porque ainda hoje não te vieste sentar perto de mim como é teu costume para me contares uma dessas histórias bonitas que lês no jornal de Luís.

CAROLINA – Estive trabalhando; mas agora... aqui estou. Quer saber as novidades?

ANTÔNIO – Não; hoje sou eu que te vou contar uma novidade; mas uma novidade...

CAROLINA – Qual é? Quero saber.

ANTÔNIO – Já estás curiosa! Quanto mais se adivinhasses.

CAROLINA – Ora diga!

ANTÔNIO (sorrindo e tomando-lhe a mão.) – Esta mãozinha pequenina, que escreve e borda tão bem, precisa de outra mão forte que trabalhe e aperte ela assim. (Faz gesto de apertar.)

CAROLINA (estremecendo.) – Que quer dizer, meu pai?

ANTÔNIO (rindo-se.) – Não te assustes. As moças hoje já não se assustam quando se lhes fala em casamento.

CAROLINA – Casamento!... Eu, meu pai?... Nunca!