Página:As asas de um anjo.djvu/55

Wikisource, a biblioteca livre

AS MESMAS, MARGARIDA E ARAÚJO.

MARGARIDA (adiantando-se.) – Não achei, Carolina; procurei tudo.

HELENA – Está bom; já não é preciso. Mando fazer isto em casa pela minha preta.

ARAÚJO (entrando pelo fundo com um colarinho postiço na mão.) – A senhora me apronta este colarinho? (À Margarida.)

MARGARIDA – A esta hora, Sr. Araújo.

ARAÚJO – Que quer que lhe faça? Um caixeiro só tem de seu, as noites. Agora mesmo chego do armarinho, e ainda foi preciso que o amo desse licença.

MARGARIDA – Pois deixe ficar que amanhã cedo está pronto.

ARAÚJO – Amanhã?... E com que hei de ir hoje ao baile da Vestal?

CAROLINA – Ah! o senhor vai ao baile?

ARAÚJO – Então pensa que por ser caixeiro não frequento a alta sociedade? Cá está o convite... (tira do bolso) Mas o colarinho?... Ande, Sr.a Margarida!

MARGARIDA – Lavar e engomar hoje mesmo!