Ouvio-se d’ahi a pouco uma praga do Vice-Rei, e em seguida prolongado silencio.
O conde da Cunha ouvira o annuncio de grande crime publico e supitara sua ira: lêra o nome de Jeronymo Lirio, e se lembrara de que esse homem era reputado um dos negociantes mais respeitaveis da praça e um dos homens mais honrados e venerandos da cidade do Rio de Janeiro: esse nome, a quem se abrião todas as portas, não achou fechada a do Vice-Rei.
Jeronymo Lirio foi introduzido em uma sala particular do conde da Cunha, que o recebeu e o ouvio de pé.
A sala estava mal esclarecida por uma unica luz. O conde da Cunha nos fracos raios dessa flamma se mostrou á Jeronymo Lirio que avançou com passo firme, em pé, com a mão esquerda apoiada na ilharga, alto, pallido, e com a fronte severamente enrugada.
— Porque me incommoda á esta hora? perguntou.
— Porque a minha honra foi incommodada, senhor: respondeu com firmeza Jeronymo.
— A sua honra.....