— Parece que se arreceia da mamãi.
— Como pois sabes que ella tem olhar de fogo?..
— Já por tres ou quatro vezes, quando dás lição e mamãi se occupa mais com tigo, apanhei-a a olhar-me assim de relance.
— De relance?
— E' como um relampago, Nhãnhã...
— Ah!
— Tambem não sei porque mamãi nunca nos deixa em liberdade com uma senhora que é moça como nós, e ainda melhor educada que nós.
— E' verdade: nós nos divertiriamos tanto!
— E eu então! olha Nhanhã, não tenhas ciumes; supponho que ella gosta muito de mim.
— Porque?
— Um dia esqueci sobre o cravo um raminho de alecrim, e á noute, quando fomos rezar ao oratorio, vi o meu raminho, servindo de marca no livro de oração de Izidora.
— Talvez ella o apanhasse por acaso e sem pensar em ti.
— Julgas que sou tola? deixei passar dous dias, e, em quanto cantavas, fui esquecer um botão de rosa na janella...