frutos, que trabalháveis para lhos mereceres. Já tem sido tão grande o meu descanso, que sou obrigado a deixar-vos, ó ditosos Pastores, que em paz, e alegria ouvis repetir ao eco as vossas sonoras vozes: Oh quanto é feliz o povo, que é sujeito a Senhor sábio, pois busca todos os meios para lhes conservar a sua felicidade, e amando a causa do bem, que logra, come desoprimido o fruto de seus trabalhos, assim, como o Rei, que despreza o amor dos vassalos, tem mais que temer na falta deste, que os súditos no poder; e lembrando-me daqueles vínculos da natureza, que intentara destruir a crueldade das gentes, dizia mais tristes: Ai de mim, que nem cheguei a lograr inteiramente este amável sossego, pois já entro a pensar em máximas de governo; mas se nos trabalhos nasce da conformidade o merecimento, os Deuses sempre justos me hão de restituir a minha primeira felicidade. Bem vedes como entre vós acabou o rústico, e estais costumados a obedecer, a trabalhar, e a amar a aplicação: conservai-vos com fidelidade, desinteresse, desejo de honra, e temor dos Numes: diverti-vos inocentemente sobre a verde relva à sombra dos deliciosos arvoredos; e quando coroados de flores festejares a Ceres, e a Diana, lhes farei a melhor oferenda, em lhes levares
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