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Página:Aventuras de Diofanes.djvu/152

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riqueza na vida humana, que se iguale à liberdade; nem há também cousa mais perigosa, se não a sabem mediar. Esta sim se deve ganhar, comprar, procurar, amparar e defender; mas é preciso que só se consista usar dela, não como convida a vontade, sim como permite a razão, porque se não perca em poucos dias pelo muito uso, podendo conservá-la a moderação em toda a vida. A liberdade de Falaris perturbou os Gregos, e a de Catilina escandalizou os Romanos. Muitos são os que deixam de fazer mal, porque não podem, e poucos porque não querem. Com estas, e outras semelhantes ponderações determinava acabar o meu discurso; mas como Anfiarau me ouvia gostoso, ordenou que continuasse a discorrer sobre como se devia haver o Rei amável, e os costumes, que mais prejuízo fazem às Repúblicas. As despesas demasiadas (lhe respondi), e as praças guarnecidas de vagabundos. O que não devem consentir os Soberanos, porque hão de dar conta aos Deuses imortais dos costumes, e bens das suas Repúblicas, não como senhores, mas como tutores: e assim devem castigar aos que mal obram, e premiar aos que bem servem; porque ainda que não foram companheiros dos vassalos nas culpas, o serão nas penas. A perpétua estabilidade de um Reino só costuma conservar a reta distributiva de prêmios, e de castigos; porque assim como estes