Entre os Romanos só podem servir de Censores os que passam de quarenta anos, tidos por honestos, medianamente ricos, e experimentados em outros ofícios da República, porque a arte de governar se acha com a prudência, se defende com a ciência, e com a experiência se conserva: não só devem ser sábios os Ministros, como também nobres; porque assim como aumenta a ciência o lustre da nobreza, também é esmalte da nobreza a ciência, que a acompanha. Para haverem bons soldados na guerra, basta que os homens sejam valerosos; mas para governar, e administrar bem a República, é preciso que tenham sabedoria, nobreza, e prudência, porque esta virtude sabe discernir entre o claro, e o escuro, entre o nocivo, e o útil, o que se deve apetecer, ou desprezar; e é tão própria virtude do Soberano, quanto precisa no que reger a justiça, assim como é da nobreza um grande efeito o vencer as paixões próprias. A primeira classe de nobres criou Teseu em Atenas, e lhes deu as máximas de bizarrias, a que a nobreza excita; e o que se esquece de executá-las tanto se desmente de nobre, como desmerece a sua classe, que não consiste só nas preclaras prosápias, pois o descansar na antiga origem, vivendo entre os vapores dos vício, é ofuscar as glórias
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